Anjo Avesso
Alceu Valença
Safada era a cara do anjo
Que no quarto noturno pintou
No meu ouvido falou
Loucuras de amor
Pegou minha mão e saímos na troca de passos
Um beijo molhado escandalizado
Que até minha gata se escandalizou
E com um penacho de índio ele me coroou
Sou anjo avesso sou Tupã presente
Guerreiro sempre galho da semente
Do algodão do pau-brasil
Da serpentina que coloriu
Os olhos do cego a voz do anão
A vida e o meu coração de leão
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