395px

Uva De Caminhão

Ademilde Fonseca

Uva De Caminhão

Já me disseram que você andou pintando o sete,
Andou chupando muita uva,
E até de caminhão,
Agora anda dizendo que está de apendicite,
Vai entrar no canivete, vai fazer operação.

Oi que tem a Florisbela nas cadeiras dela,
Andou dizendo que ganhou a flauta de bambu,
Abandonou a batucada lá na Praça Onze,
E foi dançar o pirolito lá no Grajaú.

Caiu o pano da cuíca em boas condições,
Apareceu Branca de Neve com os sete anões,
E na pensão da dona Estela foram farrear,
Quebra, quebra gabiroba quero ver quebrar,
Você no baile dos quarenta deu o que falar,
Cantando o seu Caramuru, bota o pajé pra brincar,
Tira, não tira o pajé, deixa o pajé farrear,
Eu não te dou a chupeta, não adianta chorar.

Uva De Caminhão

Me han dicho que te has estado portando mal,
Has estado comiendo muchas uvas,
Incluso en camión,
Ahora dices que tienes apendicitis,
Vas a entrar al quirófano, te van a operar.

Dicen que Florisbela tiene algo en sus caderas,
Anda diciendo que ganó una flauta de bambú,
Abandonó la batucada en la Plaza Once,
Y fue a bailar el pirolito en Grajaú.

Cayó el telón del pandero en buenas condiciones,
Apareció Blanca Nieves con los siete enanitos,
Y en la pensión de doña Estela fueron de farra,
¡Rompe, rompe gabiroba, quiero ver romper!
En el baile de los cuarenta, diste de qué hablar,
Cantando tu Caramuru, pones al chamán a jugar,
Quita, no quita al chamán, deja al chamán de farra,
No te daré la chupeta, no sirve de nada llorar.

Escrita por: