Sou filho de imigrantes
Que vieram do além mar
Pra fazer pátria e querência

E aqui se enraizar
Amar a terra aprendi
E esse chão em que vivo
Me faz crioulo e nativo
Igual ao índio daqui

Hoje distante do pago
Vivo nos bretes povoeiros
A identidade que eu trago
É de colono e campeiro
Tenho a origem estampada
De italiana procedência

Não renego a descendência
Essa eu não troco por nada
Não renego a descendência
Essa eu não troco por nada

Se agora trago a lembrança
Do interior em que vivi
Trago também a herança
Das safras que não colhi
Os sonhos grandes que tive

E o tempo deixou pra trás
Por seres sonhos no más
Desses que o pobre não vive
Por seres sonhos no más
Desses que o pobre não vive

As flores que vou colhendo
Eu carrego na bagagem
Cantando e agradecendo
Pra depois seguir viagem
Entre chegada e partida

Vem a noite, rompe a aurora
Lá me vou estrada afora
Cantando e tocando a vida
Lá me vou estrada afora
Cantando e tocando a vida

Na luz dos versos que faço
É que meu canto nasceu
Pra iluminar tantos passos
E pra não perder os meus
Enquanto eu puder viver

Vou pelear até o fim
Se pra cantar foi que vim
Cantarei até morrer
Se pra cantar foi que vim
Cantarei até morrer

Composição: Antonio Gringo