Na Boca do Sol

Na minha cidade do interior
Tudo que chegou, chegou de trem
Minha mãe olhava pra estação
E vendo viagens dentro de mim
Desenhou no ventre mais um irmão

Na minha cidade do interior
Pra quem mora lá, o céu é lá
Lembro da manhã na boca do sol
Vou da avenida à estação
Com medo dos pais ou por solidão

Toda a minha vida eu vi passar
No brilho dos trilhos de um trem
Que me vem e parte toda manhã
Engolindo túneis que a gente tem
E a preguiça não deixou fechar

Na minha cidade do interior
Perto da manhã, na boca do sol
Pra quem mora lá, o céu é lá

En la boca del sol

En mi ciudad rural
Todo lo que vino, vino en tren
Mi madre miró a la estación
Y viendo viajes dentro de mí
Dibujó en su vientre a otro hermano

En mi ciudad rural
Para aquellos que viven allí, el cielo está allí
Recuerdo la mañana en la boca del sol
Voy de la avenida a la estación
Miedo de los padres o la soledad

Toda mi vida he visto pasar
En el resplandor de las vías de un tren
Que viene y sale cada mañana
Tragando túneles que tenemos
Y la pereza no lo dejó cerrar

En mi ciudad rural
Cerca de la mañana, en la boca del sol
Para aquellos que viven allí, el cielo está allí

Composição: Arthur Verocai / Vitor Martins