Lá No Salão Do Cegonha, Nas Bôdas Do Juca Rengo
Eu Me Passei Nos Cunhaques, Que Até Hoje Me Arrependo
Cheguei Metendo Os Encontros, Numa Mulata Fogosa
Bafei No Zuvido Dela, E Ela Gostou Da Minha Prosa

Se Fomos Direito A Sala, Dançando Com Pala E Tudo
Ela Me Errando Bocada, E Eu Quase Chamando O Hugo
Bailava Me Gravateando, Sem Me Dar Nenhum Descanso
Se Atirando Pros Dois Lados, Igual A Trote De Ganso

Oh! Mulata, Mulatinha, Eu Tô Louco De Faceiro
Tuas Ancas De Égua Xucra, Faz Do Meu Peito Um Brazeiro
Não Largo Dessa Chinoca, Nem Que A Mutuca Me Bata
Hoje Eu Vou Ficar Pitôco, Bailando Com Essa Mulata

Nunca Me Faltou Destreza, Mas Quase Levei Um Tombo
Frouxou O Garrão Canhoto, Porque O Chão Tinha Um Calombo
Se Fomos Numa Rodada, Igual Cardume Em Tarrafa
A China Agarrada Em Mim, E Eu Segurando As Garrafas

A Noite Vinha Comprida, E Eu Virado Num Bagual
Se Acertêmo, Eu E A China, Se Fomos Pro Macegal
Não Enxergava A Mulata, Naquela Escuridão
Fui Parpando Pelo Cheiro, E Me Atraquei No Feijão

Composição: Amaro Peres / Leo Ribeiro De Souza