Acordo sempre, sonolenta amassada
Com a cara engavetada
Rastreando a noite que o lençol levou
Sedas rasgadas espalhadas pela casa
Cheiro forte lamentando o Sol que nasce na janela

O vento sopra, chacoalhando o corpo afora
Magoando as camisolas
Ocupando minhas manhãs
Manhãs de manhas caprichadas de preguiça
O movimento ganha peso no colchão
E o vento grita, num segundo me domina
Finco o corpo ao meio-dia
Visto as vestes de uma vez só

Na cara pálida o canto de um sorriso
E esse canto um tanto quanto sem batom
O meu disfarce soa como maquiagem
Espalhada em dupla face
Agradando os quarteirões

Composição: Camilas