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Autómata

Cássio Gava

Autômato

Sim, não percebo o Sol
Nem o fim
Sim, pois enfim
Não existe luz
Solidão não sei o que é
Eu não sei (ou sei?)
Sim
Sim
Temor, não tem registro
Não
Não tem
Não tem
Não tem
Não
Sou assim, sim
Tripa de metal
En deshabillé
Luz desta máquina
Clareia mar
Céu
Clareia tudo
Sol
Morri
Dai-nos bem mais óleo, pois hoje a teofania
Nas antenas, percebi tão plena

Mas quem nunca sabe que esse elo dessa grade da cadeia da
Cidade sem fronteira só se quebra com a frieza do sentido
Da mania do menino, da menina (solidão eu desconheço)
Siga sempre seu avesso! Um começo ainda mais remediável
Do que andar correntemente
Como a água que se deixa ir com o vento
Com o tormento de viver

Autómata

Sí, no entiendo el Sol
Ni el final
Sí, porque al final
No hay luz
Soledad, no sé qué es
Yo no sé (¿o sí?)
Sí
Sí
Temor, no tiene registro
No
No tiene
No tiene
No tiene
No
Soy así, sí
Tripa de metal
En deshabillé
La luz de esta máquina
Ilumina el mar
Cielo
Ilumina todo
Sol
Morí
Danos mucho más aceite, pues hoy la teofanía
En las antenas, percibí tan plena

Pero quien nunca sabe que este eslabón de esta reja de la cárcel de la
Ciudad sin fronteras solo se rompe con la frialdad del sentido
De la manía del niño, de la niña (soledad desconozco)
¡Sigue siempre tu reverso! Un comienzo aún más remediable
Que caminar corrientemente
Como el agua que se deja llevar con el viento
Con el tormento de vivir

Escrita por: Cássio Gava