Guri
Das roupas velhas do pai queria que a mãe fizesse
Uma mala de garupa, uma bombacha e me desse
Queria boinas, alpargatas e um cachorro companheiro
Pra me ajudar a botar as vacas no meu petiço sogueiro
Hei de ter uma tabuada e o meu livro queres ler
Vou aprender a fazer contas e um bilhete escrever
Pra que a filha do seu Bento saiba que é meu bem-querer
E se não for por escrito eu não me animo a dizer
Quero gaita de oito baixos pra ver o ronco que sai
Bota feitio do Alegrete e esporas do Ibirocai
Lenço vermelho e guaiaca compradas lá no Uruguai
Pra que digam quando eu passe: Saiu igualzito ao pai!
E se Deus não achar muito tanta coisa que eu pedi
Não deixe que eu me separe deste rancho onde eu nasci
Nem me desperte tão cedo do meu sonho de guri
E de lambuja permita que eu nunca saia daqui
E de lambuja permita que eu nunca saia daqui
El Gurí
De las viejas ropas de mi viejo quería que mi vieja hiciera
Una maleta de garupa, una bombacha y me diera
Quería boinas y alpargatas y un perro compañero
Para ayudarme a arrear las vacas con mi petiso soguero
He de tener una tabla y un mi libro Quieres Leer
Voy a aprender a hacer cuentas y algún boleto escribir
Para que la hija de don Bento sepa que ella es mi bien querer
Y si no es por escrito no me animo a decir
Quiero gaita de ocho bajos para ver el ronquo que sale
Botas hechas de Alegrete y esporas del Ibirocai
Pañuelo rojo y guayaca compradas alla en Uruguay
Para que digan cuando pase "salió igual al Pá"
Y si a Dios no le parece mucho tanto cosa que pedí
No dejes que me separe de este rancho donde nací
No me despierte temprano de mi sueño de gurí
Y de yapa permita que nunca salga de aquí
Composição: João Batista Machado / Julio Machado Da Silva Filho