Intensas palpitações
Só queria respirar!
Queria que a vida passasse
Em suaves prestações

Mal ensaiei viver
E já me vi em risco
Brindei sem prazer
Escondendo as lágrimas em ciscos

Me recuso a cair assim
Como um castelo de areia
Pois é nesse tempo ruim
Que a minha coragem incendeia

Como num filme de terror
Me debato pra escapar
Da hedionda morte
Que tenta me silenciar
Crescendo bem devagar
Maldito corpo estranho!
Me faz tão efêmero
Minando os meus sonhos

Me recuso a cair assim
Como um castelo de areia
Pois é nesse tempo ruim
Que minha coragem incendeia

Te cortei fora
Como um dedo podre
Pare de me ameaçar
Não pode me machucar!
Saia de minhas vísceras!
E de outras úlceras
Contrario seu diagnóstico
Fujo deste quadro clínico

Me recuso a cair assim
Como um castelo de areia
Pois é nesse tempo ruim
Que a minha coragem incendeia

Composição: Heitor Matos