Faz só meu nome teu amor e amor;
E amas-me então pois eu te chamo Ardor
Se a alma te reprova eu venha perto,
Jura à cega, que o teu ardor eu fosse;
Ardor tem, como saber, sítio certo,
E assim me enchas, amor, medida doce.

Ardor enche de ardor e amor teu cofre,
Ai, ladeia-o de ardor! E ardor do apronto
E bem prova que em vazadouro sofre
Se o número é grande, eu só não conto.

Faz só meu nome teu amor e amor;
E amas-me então, pois eu te chamo Ardor

Então que eu passe em grupo sem ser visto,
E nas contas dessa feitoria;
Tem-me em nada, se te agradar resisto
De que este nada em ti é doçaria.

Faz só meu nome teu amor e amor;
E amas-me então, pois eu te chamo Ardor

Composição: William Shakespeare