Quando o Sol se deita no leito amarelo
Que a tarde arrumou
E a Lua estende seu lençol de prata
Sobre a imensidão

Eu saio pra rua, e no botequim
Em frente à casa dela
Eu fico escondido só pra ver chegar
A mulher que vive em meu coração

E quando ela chega, de braços com outro
E a luz do quarto, eu vejo apagar
Vem, em pensamento
Os dois se abraçando
E eu vou beijando o copo do bar

E no desespero dessa ânsia louca
Vejo ela sem roupa, já vai se entregar
E ele, apertando seu corpo divino
Eu fico sentindo meu mundo acabar

Já é madrugada, ela está cansada
E já saciada, nem pode pensar
Que do outro lado, na outra calçada
Eu, embriagado, estou a chorar

E neste momento do meu desespero
Vem o cantineiro assim me falar
Batendo em meu ombro
Amigo, vai embora
Já está na hora de fechar o bar

Já é madrugada, ela está cansada
E já saciada, nem pode pensar
Que do outro lado, na outra calçada
Eu, embriagado, estou a chorar

E neste momento do meu desespero
Vem o cantineiro assim me falar
Batendo em meu ombro
Amigo, vai embora
Já está na hora de fechar o bar

Composição: Manoel Moreno / Miguel Vidal