Não, eu não sou daltônica
Eu assisto o mundo em preto e branco
Preso em uma realidade
Tão sem brilho, cor, sem contraste
As cidades nos revelam aos gritos
Mas surdos continuamos todos cegos
Indiferentemente unidos
Desprezando diferentes caminhos certos
Amedrontados, dispersos
Vivendo todo esse cenário
Atuo um, louco, um lobo solitário
Uma águia em ninho de canário
Um oásis em deserto vasto
A verdade me trouxe um sentido que
A cidade me trouxe um sentido que
Há muito já me mantém de pé
Percorrendo as ruas do impossível
Onde passaram outros que tiveram fé
Um caminho que só encontra quem quer
Os que desistiram ainda vão olhar
E sentir como se o mundo não dissesse não
Não dissesse não pro coração
Não, eu não, eu não estou te ouvindo
Meu coração não se entrega ao ouvir isso
O mundo não está perdido
Se é o amor a quem não tenho visto
As vantagens de ser invisível
É que eu posso ser quem eu quiser
Ser segurança sem abrigo
Sem glória, apenas ser o que se é
O que se ama, onde estiver
Os que desistiram ainda vão olhar
E sentir como se o mundo não dissesse não
Não dissesse não pro coração
Ser o que sino em poesia
Ver a vontade velejar a vida
Viver em verdade
Brilhar o mais que consiga
Em cada ato cocriar
Ser os sonhos em ação
Assistir a felicidade
Pintar a realidade
Iluminar toda cidade
Ser nos olhos a verdade do coração