A Volta do Enganador
- É por ti que amanhã regresso dos confins da devassidão. Confesso: Poucas noites me deitei sozinho; busquei em outras o teu carinho.
- Haja dor pra sofrer, amor! E ciúme pra corroer... É rancor que estraga o amor, e só você pra desfazer o mal estar de estar sem ti, o medo de que vá sem mim pra longe, mais uma vez... Que tal largar o peso e então tranquilizar meu peito jurando eterno amor?
- Não sei bem sobre qual peso indagas. Desconheço essas dores amargas. Deixa de pensar tanto na vida, pois assim já me vejo de saída.
- Por favor, não faz isso, amor!! Já me bastou perder uma vez o calor que nunca lhe faltou, o seu bom português, os discos gastos de ouvir, os lanches matutinos (preparados a quatro mãos), o modo que olhas pra mim (um meio-olhar tranquilo), nossa cama posta: o chão.
El Regreso del Engañador
- Es por ti que mañana regreso de los confines de la depravación. Confieso: pocas noches me acosté solo; busqué en otras tu cariño.
- ¡Que haya dolor para sufrir, amor! Y celos para corroer... Es rencor lo que arruina el amor, y solo tú para deshacer el malestar de estar sin ti, el miedo de que te vayas sin mí lejos, una vez más... ¿Qué tal si dejas el peso y así tranquilizas mi pecho jurando amor eterno?
- No sé bien de qué peso hablas. Desconozco esas amargas dolencias. Deja de pensar tanto en la vida, porque así ya me veo de salida.
- ¡Por favor, no hagas eso, amor! ¡Ya me bastó perder una vez el calor que nunca te faltó, tu buen español, los discos gastados de escuchar, los desayunos matutinos (preparados a cuatro manos), la forma en que me miras (una mirada tranquila a medias), nuestra cama hecha: el suelo.