Peão (part. Sergio Reis)
Diga você me conhece
Eu já fui boiadeiro
Conheço essas trilhas
Quilômetro milhas
Que vem e que vão
Pelo alto sertão
Que agora se chama
Não mais de sertão
Mas de terra vendida
Civilização
Ventos que arrombam janelas
E arrancam porteiras
Espora de prata riscando as fronteiras
Selei meu cavalo
Matula no fardo
Andando ligeiro
Um abraço apertado
E um suspiro dobrado
Não tem mais sertão
Os caminhos mudam com o tempo
Só o tempo muda um coração
Segue seu destino boiadeiro
Que a boiada foi no caminhão
A fogueira à noite
Redes no galpão
O paiero a moda
O mate a prosa
A saga a sina
O causo e onça
Tem mais não
Ô peão
Tempos e vidas cumpridas
Pó poeira estrada
Estórias contidas
Nas encruzilhadas
Em noites perdidas
No meio do mundo
Mundão cabeludo
Onde tudo é floresta
E campina silvestre
Mundão caba não
Sabe que prum bom viajante
Nada é distante
Prum bom companheiro
Não conto dinheiro
Existe uma vida
Uma vida vivida
Sentida e sofrida
De vez por inteiro
E esse é o preço preu ser brasileiro
Peón (part. Sergio Reis)
Diga, ¿me conoces?
Ya fui vaquero
Conozco estos senderos
Kilómetros de millas
Que van y vienen
Por el alto desierto
Que ahora se llama
No más desierto
Sino tierra vendida
Civilización
Vientos que rompen ventanas
Y derriban portones
Espuela de plata rayando las fronteras
Ensillé mi caballo
Alforja en el fardo
Andando ligero
Un abrazo apretado
Y un suspiro doble
Ya no hay desierto
Los caminos cambian con el tiempo
Solo el tiempo cambia un corazón
Sigue tu destino vaquero
Que el ganado se fue en el camión
La fogata por la noche
Hamacas en el galpón
El paiero a la moda
El mate y la charla
La saga y el destino
El cuento y la onza
No hay más
Oh peón
Tiempos y vidas cumplidas
Polvo de camino
Historias contenidas
En las encrucijadas
En noches perdidas
En medio del mundo
Mundo peludo
Donde todo es selva
Y campo silvestre
Mundo que no se rinde
Sabe que para un buen viajero
Nada está lejos
Para un buen compañero
No cuento dinero
Existe una vida
Una vida vivida
Sentida y sufrida
Por completo
Y ese es el precio de ser brasileño
Escrita por: Almir Sater / Renato Teixeira