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Madrigal

Dois Tempos de Um Lugar

Madrigal

Eu vim dos sete mistérios, a saber
Do vapor na superfície do punhal
Eu vim das palavras tristes, madrigal
E não da mesma costela que você

Eu sou feito de misérias e de luz
De paisagens clandestinas, seda e ar
Eu tenho nome de pedra e vou durar
Até a última estrela que reluz

Eu tenho a mesma frequência das manhãs
Eu sou o livro da morte e do prazer

Minha voz, essa presença
Que já recebi de herança
É uma cama sempre feita
Que o tempo não desfaz

Talvez seja essa tristeza
Ou o costume da esperança
Que me faz, nunca querendo
Querer sempre mais

E o meu único desejo é morrer cantando
O meu único desejo é sempre cantar

Madrigal

Yo vengo de los siete misterios, a saber
Del vapor en la superficie del puñal
Yo vengo de las palabras tristes, madrigal
Y no de la misma costilla que tú

Estoy hecho de miserias y de luz
De paisajes clandestinos, seda y aire
Tengo nombre de piedra y perduraré
Hasta la última estrella que reluce

Tengo la misma frecuencia de las mañanas
Soy el libro de la muerte y del placer

Mi voz, esta presencia
Que ya he heredado
Es una cama siempre hecha
Que el tiempo no deshace

Quizás sea esta tristeza
O la costumbre de la esperanza
Lo que me hace, nunca queriendo
Siempre querer más

Y mi único deseo es morir cantando
Mi único deseo es siempre cantar

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