Gosto de morar na roça
Na minha palhoça lá no meu sertão
Conviver com a natureza
Ver tantas riquezas na do chão
Ouvir o som da passarada
Quando em revoada pousa na paineira
E ouvir no silêncio da noite
O som murmurante de uma cachoeira
Os montes, serras e campinas
Cedo a neblina cobre com o véu
É grande estas formosuras
Suas cores misturam com as cores do céu
Ouvir no mato perdido
O cantar sentido que me traz saudade
É o pio do jaó manhoso
Nas matas sombrias ao cair da tarde
À noite se vê bem distante
Por detrás do monte a Lua prateada
O gado pasta sossegado
O capim orvalhado pela madrugada
Aqui tenho felicidade
Gozo a liberdade, que satisfação
A Deus então faço um pedido
Ao meu sertão querido lhe dê proteção
O canto alegre da cigarra
Com sua algazarra anunciando o verão
Eu vejo todas às tardinhas
Bandos de rolinhas vir no mangueirão
Não tem coisa mais gostosa
Que a vida saudosa do interior
Eu digo com toda a certeza
Que estas belezas foi Deus que criou