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Samba-Enredo 2025 - ¿Quién le teme a Xica Manicongo?

G.R.E.S Paraíso do Tuiuti

Samba-Enredo 2025 - Quem Tem Medo de Xica Manicongo?

A cada 34 horas
Há um assassinato de pessoa LGBTQIAPN+
Colocando o Brasil como número 1 neste tipo de morte violenta
Por isso, trazer luz à história de Xica Manicongo é fundamental
O Paraíso do Tuiuti é Xica
Todas somos Xica
Xica vive na fumaça

Vim da África Mãe, ê-ô
Mas se a vida é vã, ê-ô, mumunha
Kimbanda me fiz, nganga é raiz
Eu pego o touro na unha

Ê pajubá
Acuendar sem xoxar pra fazer fuzuê
É mojubá
Põe marafo, fubá e dendê
Ê pajubá
Acuendar sem xoxar pra fazer fuzuê
É mojubá
Põe marafo, fubá e dendê

Só não venha me julgar, ô-ô
Pela boca que eu beijo
Pela cor da minha blusa
E a fé que eu professar
Não venha me julgar
Eu conheço o meu desejo
Este dedo que acusa
Não vai me fazer parar

Faz tempo que eu digo não
Ao velho discurso cristão, sou Manicongo
Há duas cabeças em um coração
São tantas e uma só, eu sou a transição
Carrego dois mundos no ombro

Vim da África Mãe, ê-ô
Mas se a vida é vã, ê-ô, mumunha
Kimbanda me fiz, nganga é raiz
Eu pego o touro na unha
Vim da África Mãe, ê-ô
Mas se a vida é vã, ê-ô, mumunha
Kimbanda me fiz, nganga é raiz
Eu pego o touro na unha

(Eu sou) a bicha, invertida e vulgar
A voz que calou o cis tema
A bruxa do conservador
O prazer e a dor
Fui pombogirar na jurema
Chama a Navalha, a da Praia e a Padilha
As perseguidas na parada popular
E a Mavambo reza na mesma cartilha
Pra quem tem medo, o meu povo vai gritar

Eu, travesti
Estou no cruzo da esquina
Pra enfrentar a chacina
Que assim se faça
Meu Tuiuti
Que o Brasil da terra plana
Tenha consciência humana, Xica vive na fumaça

Ê pajubá
Acuendar sem xoxar pra fazer fuzuê
É mojubá
Põe marafo, fubá e dendê (pra Exu)
Ê pajubá
Acuendar sem xoxar pra fazer fuzuê
É mojubá
Põe marafo, fubá e dendê

Só não venha me julgar, ô-ô
Pela boca que eu beijo
Pela cor da minha blusa
E a fé que eu professar
Não venha me julgar
Eu conheço o meu desejo
Este dedo que acusa
Não vai me fazer parar

Faz tempo que eu digo não
Ao velho discurso cristão, sou Manicongo
Há duas cabeças em um coração
São tantas e uma só, eu sou a transição
Carrego dois mundos no ombro

Vim da África Mãe, ê-ô
Mas se a vida é vã, ê-ô, mumunha
Kimbanda me fiz, nganga é raiz
Eu pego o touro na unha
Vim da África Mãe, ê-ô
Mas se a vida é vã, ê-ô, mumunha
Kimbanda me fiz, nganga é raiz
Eu pego o touro na unha

(Eu sou) a bicha, invertida e vulgar
A voz que calou o cis tema
A bruxa do conservador
O prazer e a dor
Fui pombogirar na jurema
Chama a Navalha, a da Praia e a Padilha
As perseguidas na parada popular
E a Mavambo reza na mesma cartilha
Pra quem tem medo, o meu povo vai gritar

Eu, travesti
Estou no cruzo da esquina
Pra enfrentar a chacina
Que assim se faça
Meu Tuiuti
Que o Brasil da terra plana
Tenha consciência humana, Xica vive na fumaça

Ê pajubá
Acuendar sem xoxar pra fazer fuzuê
É mojubá
Põe marafo, fubá e dendê (pra Exu)
Ê pajubá
Acuendar sem xoxar pra fazer fuzuê
É mojubá
Põe marafo, fubá e dendê

Ô, ô, ô, ô, ô
Ô, ô, ô, ô, ô

Samba-Enredo 2025 - ¿Quién le teme a Xica Manicongo?

Simplemente no me juzgues, oh oh
Por la boca que beso
Por el color de mi blusa
Y la fe que profeso
No vengas a juzgarme
Conozco mi deseo
Este dedo que acusa
no me hará parar
Llevo mucho tiempo diciendo que no
Al viejo discurso cristiano
soy manicongo
Hay dos cabezas en un corazón
Hay tantos y solo uno
yo soy la transición
Llevo dos mundos en mi hombro

Yo vine de África mamá, e-oh
Pero si la vida es vana, e-oh
Mumunha
Jimbanda me hizo
Nganga es raíz
Cojo al toro por el clavo

Soy
Lo queer, invertido y vulgar
La voz que silenció el Cistema
La bruja conservadora
Placer y dolor
Fui a pombogirar en Jurema

Llama a Razha, Praia y Padilha
Los perseguidos en el desfile popular
Y Mavambo reza en el mismo folleto
Por los que tienen miedo, mi pueblo gritará

yo travesti
estoy en la encrucijada
Para enfrentar la masacre
que se haga

mi tuiuti
Que Brasil está en una tierra plana
tener conciencia humana
Chica vive en el humo

¡Y! ¡Pajuba!
Acuendá sin xoxá a fuzuê
es mojuba
Agrega marafo, harina de maíz y aceite de palma (para Exu)

Escrita por: Cláudio Russo / Gustavo Clarão