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Rastro

João de Lima

Vestígio

Algo se perdeu e ainda
Vai se perdendo nos antigos
Cadernos da adolescência:
A inocência fora riscada
Varada por uma injúria
Tecida na brancura do lençol

E o meu sono envelhecido
De muitos anos (meu sono
Perdido) sobrevive
E cresce feito uma garatuja
Impresso como o vestígio da seiva
Eterna e conclusa de uma folha
Ou antiga flor marcando
A trágica página onde se parou

Rastro

Algo se ha perdido y aún
Se sigue perdiendo en los antiguos
Cuadernos de la adolescencia:
La inocencia fue tachada
Atravesada por una injuria
Tejida en la blancura del mantel

Y mi sueño envejecido
De muchos años (mi sueño
Perdido) sobrevive
Y crece como un garabato
Impreso como el rastro de la savia
Eterna y concluida de una hoja
O antigua flor marcando
La trágica página donde se detuvo

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