Tal se o amanhã dependesse
De um cantar de importância
Um galo acende a vida
Na geografia da estância

E se o amanhã dependesse
De um mate na madrugada
Quando o Sol canta de galo
Cuias se quedam lavadas

Tal se o amanhã dependesse
De um causo ao pé do fogo
Histórias de tresontonte
Que o avô canta pra o novo

Talvez o amanhã dependa
Da memória dos galpões
Rastros da história gaúcha
Pelas manhãs dos fogões

Talvez o amanhã dependa
Daquilo que se repete
Almas que foram de outrora
Hoje encilhando fletes

Por isso sempre amanhece
Tudo meio que era
Homens, galos e rodeios
Com seus destinos de terra

Porque o amanhã é um passado
Feito de longas esperas
Definindo a cada dia
O que aprendeu com a terra.

Composição: Joca Martins / Marco Antônio Xiru Antunes / Mauricio Raupp Martins