Tava numa bem tranquila
No melhor astral quando ninguém vacila
Entre cascas e feridas
Trocando ideia igual trocar saliva
Viver inundar de vida
Baby, por você posso mudar de vida
Abre a porta de partida
Chave era você mas eu busquei saída
Batendo a porta, fechando a conta
Eu tava lá no meio das cinzas, tipo uma ponta
Demonstrando, tipo me importar
Vendo a paranoia seguindo tipo uma sombra
Que investiga tipo uma sonda
Na rapa do tacho sacando o que pode sobrar
No caderno lista de compras
Evitando drogas pesadas tipo te encontrar
Eu não me reconheço em quase nada
Eu não me reconheço mais em ti
Eu não te reconheço em quase nada
Eu não me reconheço mais
Tive que mudar de casa
Tive que voltar a conversar comigo
Boca cheia de palavra
Mas quando abria só tinha ruído
Resolvi ficar calada
Como pode tanta coisa no silêncio?
Parei de ser tão malvada
Decidi que quero ser legal comigo
Eu peguei no meu caderno
Vi que tava escrita aquela ideia antiga
Será que ainda faz sentido
Anotando ideia igual gastar saliva
Acho que é agora ou nunca
Se pensar demais eu perco a coragem
Sempre bem acompanhada
Arrumando assunto pra ficar em dia
Senti saudade de ter um motivo
Senti vontade, eu assumi o risco
Faz tanto tempo que eu não leio um livro
Eu tava com saudade
Eu não devia ter escrito
Finge que tá tudo certo
E a gente brinda
Argumentos e drogas
Na ponta da língua
Acho que só tempo pra curar feridas
E a gente vai dormir cheio de louça na pia
Eu não me reconheço em quase nada
Eu não me reconheço mais em ti
Eu não te reconheço em quase nada
Eu não me reconheço mais