No comboio descendente
Vinha tudo a gargalhada
Uns por verem rir os outros
E os outros sem ser por nada

No comboio descendente
De queluz á cruz-quebrada

No comboio descendente
Vinham todos á janela
Uns calados para os outros
E os outros sem dar-lhes trela

No comboio descendente
Da cruz-quebrada a palmela

No comboio descendente
Mas que grande reinação
Uns dormindo outros sem sono
E os outros nem sim, nem não

No comboio descendente
De palmela a portimão

Composição: Jose Afonso