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Barranco

José Fortuna

Barranco

Barranco, chão corroído beirando o terreiro fundo
Perdido dentro do mundo há muito tempo não vejo
Violeiros em noites claras, fazendo dele seu banco
Sentados sobre o barranco, o sofá do sertanejo

Barranco, meu banco onde sentei-me uma vez
Barranco, meu banco igual a mim se desfez

Barranco do meu terreiro de capim verde se veste
Também de flores agrestes que desabrocham à tarde
Só eu não tenho no peito este verdor da esperança
Hoje a tristeza descansa no barranco da saudade

Igual aquele barranco onde passei bons momentos
Junto ao terreiro do tempo, sou o barranco da vida
Em mim repousam lembranças e o peso de muitos anos
Cansaço e desenganos das longas horas vividas.

Barranco

Barranco, suelo corroído bordeando el patio profundo
Perdido dentro del mundo hace mucho tiempo que no veo
Cantantes de viola en noches claras, haciéndolo su banco
Sentados sobre el barranco, el sofá del campesino

Barranco, mi banco donde una vez me senté
Barranco, mi banco igual que yo se deshizo

Barranco de mi patio de pasto verde se viste
También de flores silvestres que florecen por la tarde
Solo yo no tengo en el pecho este verdor de la esperanza
Hoy la tristeza descansa en el barranco de la añoranza

Igual que aquel barranco donde pasé buenos momentos
Junto al patio del tiempo, soy el barranco de la vida
En mí descansan recuerdos y el peso de muchos años
Cansancio y desengaños de las largas horas vividas.

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