Teu corpo neste rio é um romance
Um relance, uma presa sem alcance
Quem não viu não imagina
Como a beleza é sem chance
Como a paixão é sem sina

Teu corpo neste rio é um rompante
É vazante, rio macho, rio andante
Quem não viu não avalia
Como a verdade é farsante
E a lucidez é sombria

Teu corpo neste é um remanso
Um balanço, um descaso sem descanso
Quem não viu não imagina
Como contém o avanço
Na intenção de rapina

Teu corpo neste rio é uma corrente
É serpente, afluente do afluente
Quem não viu não avalia
Como a certeza é descrente
E a natureza vadia

Composição: Cacaso / Joyce Moreno