Sinestésico, mais um gosto amargo
Sua voz tem cheiro podre de agonia
No escorredor, mas uso do jeito errado
Que dor que é essa que nunca se escorria?
E depois do café, eu tenho uma noção melhor
Não calculo valores de quem vale quinquilharias
Se tu quiser me encontrar, eu tô numa pior
Pra quem se acostumou consigo, qualquer um valeria
E a culpa te toma, bem na hora do chá
Sua alma se mancha, olha só que ironia
Sei que pode me escutar, ainda que não fale
Eu sussurro por cidades, cê nunca entenderia
As noites tem passado mais
É a palavra com S que esqueci
Na ponta da língua, mas não sai
Agora que lembrei, eram sozinhas
Ainda nesse corredor
Que eu não sei como eu me perdi
Pra recuperar o que tirou, eu preciso encontrar o
Dobro de mim
Mesmo que ainda doa
Vai cicatrizar
Meus demônios à proa
Não sabem nadar
(Até me lembro de ser humano)
(E nisso eu já sonhei com)
Sonhos e promessas que eu fiz
Para um mim mesmo de um tempo atrás
É que eu não sou mais
O que queria me ver tão bem
Mas eu vou cumprir, e rir e ir
O quanto que eu puder (em meio essas mentiras)
Para um dia ser
Quem eu quiser
Amadureci com tanta pressa
Que nem deu mais tempo de sangrar, e pensar
Que fosse feito de giz
Conhecer os meus limites
Até me deixar amar
Tenho pensado em me permitir
Ainda nesse corredor
Que eu não sei como eu me perdi
Pra recuperar o que tirou, eu preciso encontrar o
Dobro de mim
Mesmo que ainda doa
Vai cicatrizar
Meus demônios à proa
Não sabem nadar
(E se eu sangrasse giz?)
(E se eu sangrasse?)
(Meus demônios à proa)
(Não sabem nadar)