395px

la pequeña semilla

Liu e Léu

A Sementinha

Lá na casa da fazenda onde eu vivia
Numa manhã de garoa e de céu nublado
Achei no chão do terreiro uma sementinha
Pensei logo em plantá-la no chão molhado

O tempo passou depressa e a mocidade
Chegou como chega a noite ao cair da tarde
Veio morar na fazenda uma caboclinha
Graciosa, bela e meiga e na flor da idade

Iniciou-se um romance entre eu e ela
Na sombra aconchegante de uma paineira
Dei a ela uma rosa com muita esperança
Que eu colhi de um galhinho daquela roseira

Marcamos o casamento pra o fim do ano
Pra mim só existia ela e pra ela só eu
Pouco mais de uma semana pra o nosso edílio
A minha flor prometida, doente morreu

Arranquei o pé de rosas na primavera
E plantei na sepultura de minha amada
Todas tardes eu molhava com o meu pranto
A roseira foi murchando e acabou em nada

A chuva se foi embora e o Sol ardente
Matou a minha roseira e secou o meu pranto
Só não matou a saudade da caboclinha
Pois eu vejo a sua imagem em todo o canto

Por isso é que eu vivo longe da minha terra
Seguindo a longa estrada da minha vida
Procuro viver sorrindo mas, no entanto
Eu choro ao me recordar amada querida

O destino como sempre é caprichoso
É cheio de traições e de sonhos loucos
Tal qual aquela roseira e a minha amada
Eu pressinto que também vou morrendo aos poucos

la pequeña semilla

Allí en la casa de campo donde vivía
En una mañana lluviosa con cielo nublado
Encontré una pequeña semilla en el suelo del patio
Inmediatamente pensé en plantarlo en tierra húmeda

El tiempo pasó rápido y la juventud
Llegó como llega la noche al anochecer
Una pequeña muchacha de campo vino a vivir a la granja
Graciosa, bella y dulce y en la flor de la vida

Comenzó un romance entre ella y yo
A la acogedora sombra de un árbol de algodón de seda
Le di una rosa con mucha esperanza
Que cogí de una ramita de aquel rosal

Programamos la boda para finales de año
Para mí sólo existía ella y para ella sólo existía yo
Falta poco más de una semana para nuestro edificio
Mi flor prometida murió enferma

Saqué el rosal en primavera
Y lo planté en la tumba de mi amada
Todas las tardes lo mojo con mis lágrimas
El rosal se marchitó y quedó en la nada

La lluvia se ha ido y el sol está quemando
Él mató mi rosal y secó mis lágrimas
Simplemente no mató el anhelo por la pequeña caboclinha
Porque veo tu imagen en todas partes

Por eso vivo lejos de mi tierra
Siguiendo el largo camino de mi vida
Intento vivir sonriendo pero, sin embargo
Lloro cuando recuerdo a mi amado querido

El destino siempre es caprichoso
Está lleno de traiciones y sueños locos
Igual que ese rosal y mi amado
Siento que también estoy muriendo lentamente

Escrita por: Dino Franco / Itapuã