395px

Poste de Aroeira

Liu e Léu

Esteio de Aroeira

Esteio de aroeira corroído pelos anos
O vendaval do tempo até hoje tu resiste
Quem hoje vê teu vulto no sertão abandonado
Não sabe que encerras uma história longa e triste

Meu pai que te plantou na terra dura lá da mata
Tu foste a cumeeira de teu rancho pequenino
Só o vento frio da noite e o cantar dos curiangos
Ficaram acompanhando a solidão do teu destino

Esteio de aroeira, também tenho a tua idade
Meu pai te construiu para que fosses meu abrigo
O tempo foi passando e só depois de muitos anos
Pela primeira vez te encontrei, esteio amigo

Meu pai que também era o esteio firme da família
Há muito tempo atrás longe daqui tombou sem vida
Só tu me esperou, esteio velho de aroeira
Para me conhecer e ouvir a minha despedida

Esteio de aroeira, quantas vezes esperança
Ficaram sepultadas no teu tronco no passado
Ainda tu conservas o sinal de uma lembrança
Marcada no teu tronco pelo corte do machado

Nós que nascemos juntos, esteio velho de aroeira
Será quem vai primeiro ser tombado pela sorte?
Se és tu lá na floresta derrubado pelo tempo
Ou eu por este mundo derrubado pela morte

Poste de Aroeira

Poste de aroeira corroído por los años
El vendaval del tiempo hasta hoy resistes
Quien hoy ve tu figura en el sertón abandonado
No sabe que encierras una historia larga y triste

Mi padre que te plantó en la tierra dura de la selva
Fuiste la cumbrera de su rancho pequeñito
Solo el viento frío de la noche y el canto de los curiangos
Quedaron acompañando la soledad de tu destino

Poste de aroeira, también tengo tu edad
Mi padre te construyó para que fueras mi refugio
El tiempo fue pasando y solo después de muchos años
Por primera vez te encontré, poste amigo

Mi padre que también era el poste firme de la familia
Hace mucho tiempo atrás lejos de aquí cayó sin vida
Solo tú me esperaste, viejo poste de aroeira
Para conocerme y escuchar mi despedida

Poste de aroeira, cuántas veces esperanzas
Quedaron sepultadas en tu tronco en el pasado
Aún conservas la señal de un recuerdo
Marcado en tu tronco por el corte del hacha

Nosotros que nacimos juntos, viejo poste de aroeira
¿Quién será el primero en ser derribado por la suerte?
¿Serás tú en el bosque derribado por el tiempo?
O yo por este mundo derribado por la muerte

Escrita por: Jose Fortuna