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Ai mouraria

Lucinha Lins

Ai mouraria

Ai, Mouraria
da velha Rua da Palma,
onde eu um dia
deixei presa a minha alma,
por ter passado
mesmo ao meu lado
certo fadista
de cor morena,
boca pequena
e olhar troçista.

Ai, Mouraria
do homem do meu encanto
que me mentia,
mas que eu adorava tanto.
Amor que o vento,
como um lamento,
levou consigo,
mais que ainda agora
a toda a hora
trago comigo.

Ai, Mouraria
dos rouxinóis nos beirais,
dos vestidos cor-de rosa,
dos pregões tradicionais.
Ai, Mouraria
das procissões a passar,
da Severa em voz saudosa,
da guitarra a soluçar.

Ai mouraria

Ai, Mouraria
de la vieja Calle de la Palma,
donde un día
dejé atrapada mi alma,
al haber pasado
justo a mi lado
un cierto fadista
de piel morena,
pequeña boca
y mirada burlona.

Ai, Mouraria
del hombre de mi encanto
que me mentía,
pero a quien adoraba tanto.
Amor que el viento,
como un lamento,
llevó consigo,
pero que aún ahora
a toda hora
llevo conmigo.

Ai, Mouraria
de los ruiseñores en los aleros,
de los vestidos color rosa,
de los pregones tradicionales.
Ai, Mouraria
de las procesiones que pasan,
de la Severa con voz nostálgica,
de la guitarra sollozando.

Escrita por: Amadeu do Vale / Frederico Valerio