395px

Insana

Lucinha Lins

Insana

eu não venho de outro planeta
moro ali no alto daquela montanha
foi de tanto escutar as estrelas
que eu fui aprendendo essa língua estranha

tive filhos amantes amigos
e a todos amei de uma forma bacana
eu não guardo as fotografias
pois todos eu trago na minha barriga

eu não sei o que é solidão
só o fogo e o som dessa voz insana
que aprendi navegando o corpo
e a alma de um louco
banhado em chama

que me deu de presente esse palco
me pôs nesse céu feito eu fosse uma santa
só pediu bem baixinho: "meu bem
minha irmã, minha mãe, minha filha: canta!"

esse homem, um fora da lei
que andava a esmo
todo dia vem
só porque ao lhe dar de beber
me falou que era rei
e eu achei que era mesmo

Insana

No vengo de otro planeta
Vivo allá arriba en esa montaña
Fue escuchando tanto a las estrellas
Que fui aprendiendo este idioma extraño

Tuve hijos amantes amigos
Y a todos amé de una manera genial
No guardo fotografías
Porque a todos los llevo en mi barriga

No sé lo que es la soledad
Solo el fuego y el sonido de esta voz insana
Que aprendí navegando el cuerpo
Y el alma de un loco
Bañado en llamas

Que me regaló este escenario
Me puso en este cielo como si fuera una santa
Solo pidió muy bajito: 'mi amor
Mi hermana, mi madre, mi hija: ¡canta!'

Este hombre, un fuera de la ley
Que andaba sin rumbo
Viene todos los días
Solo porque al darle de beber
Me dijo que era rey
Y yo creí que lo era de verdad

Escrita por: Ana Terra / Sueli Costa