O assobio do Minuano
Soprando a quincha do oitão
Dá costado aos mais antigos
Que habitam o galpão
Truco orelhado, fogo grande
Causo, canha e cantoria
No chão pelegos se estendem
Pra aguardar um novo dia
O galpão se faz silente
Um grilito dando corda
As almas pedindo vasa
Enquanto a noite se acorda
A tisna do picumã
O borralho enfumaçado
Convidam à roda de mate
Quem já viveu no passado
Há muito estão ali
Por certo ninguém entende
Quem sopra o tição do angico
E do nada o fogo acende
É onde encilham pingos
Montam cavalos aporreados
Campereando junto ao fogo
Chegam reviver o passado
Foram gaúchos campeiros
Preferiram o abandono
Como se a vida não findara
Voltam pra velar seu sono