O assobio do Minuano
Soprando a quincha do oitão
Dá costado aos mais antigos
Que habitam o galpão

Truco orelhado, fogo grande
Causo, canha e cantoria
No chão pelegos se estendem
Pra aguardar um novo dia

O galpão se faz silente
Um grilito dando corda
As almas pedindo vasa
Enquanto a noite se acorda

A tisna do picumã
O borralho enfumaçado
Convidam à roda de mate

Quem já viveu no passado

Há muito estão ali
Por certo ninguém entende
Quem sopra o tição do angico
E do nada o fogo acende

É onde encilham pingos
Montam cavalos aporreados
Campereando junto ao fogo
Chegam reviver o passado

Foram gaúchos campeiros
Preferiram o abandono
Como se a vida não findara
Voltam pra velar seu sono

Composição: Nino Saldanha