Meu Deus, Meu Deus! Está Extinta a Escravidão?
Não sou escravo de nenhum senhor
Meu Paraíso é meu bastião
Meu Tuiuti, o quilombo da favela
É sentinela na libertação
Irmão de olho claro ou da Guiné
Qual será o seu valor?
Pobre artigo de mercado
Senhor, eu não tenho a sua fé
E nem tenho a sua cor
Tenho sangue avermelhado
O mesmo que escorre da ferida
Mostra que a vida se lamenta por nós dois
Mas falta em seu peito um coração
Ao me dar a escravidão
E um prato de feijão com arroz
Eu fui mandinga, cambinda, Haussá
Fui um Rei Egbá preso na corrente
Sofri nos braços de um capataz
Morri nos canaviais onde se plantava gente
Ê, Calunga, ê! Ê, Calunga!
Preto Velho me contou
Preto Velho me contou
Onde mora a Senhora Liberdade
Não tem ferro nem feitor
Amparo do Rosário ao negro Benedito
Um grito feito pele do tambor
Deu no noticiário, com lágrimas escrito
Um rito, uma luta, um homem de cor
E assim, quando a lei foi assinada
Uma Lua atordoada assistiu fogos no céu
Áurea feito o ouro da bandeira
Fui rezar na cachoeira contra a bondade cruel
Meu Deus! Meu Deus!
Se eu chorar, não leve a mal
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social
¡Oh, Dios mío! ¡Oh, Dios mío! ¿Se extinguió la esclavitud?
No soy esclavo de ningún señor
Mi paraíso es mi bastión
Mi Tuiuti, el quilombo de la barriada
Es una centinela en la liberación
Hermano de ojos de bea o Guinea
¿Cuál será su valor?
Artículo de mercado deficiente
Señor, no tengo tu fe
Y ni siquiera tengo tu color
Tengo sangre roja
El mismo que gotea de la herida
Demuestra que la vida llora por los dos
Pero su pecho carece de corazón
Al darme esclavitud
Y un plato de frijoles con arroz
Yo era Mandinka, Cambinda, Haussá
Yo era un rey Eggba atrapado en la corriente
Sufrí en los brazos de un capataz
Yo morí en los campos de caña de azúcar donde la gente fue plantada
¡Sí, Calunga, sí! ¡Sí, Calunga!
El viejo negro me dijo
El viejo negro me dijo
Donde vive Lady Liberdade
No tiene hierro ni fabricante
Asparo del Rosario al Benedicto negro
Un grito como piel de tambor
Estaba en las noticias, con lágrimas escritas
Un rito, una pelea, un hombre de color
Y así, cuando se firmó la ley
Una luna aturdida vio fuegos en el cielo
Oro hizo el oro de la bandera
Fui a rezar en la cascada contra la bondad cruel
¡Oh, Dios mío! ¡Oh! ¡Oh, Dios mío! ¡Oh!
Si lloro, no lo tomes a mal
Por la luz de la lámpara
Libera el cautiverio social