395px

Tronqueira

Mano Lima

Tronqueira

Venho vindo de longe
da terra crioula, Mãe de Sepé
por ela eu Mato e Morro
e tô sempre prontito para o que der e vier
venho do berço de bento
sou Rio Grandense, sou farroupilha
sou treo barba de bode
sou capim limão e grama de forquilha.

A mim o mundo nào leva nem que faça força
e me arranque os pedaços
tô cravado nessa terra
mais ou menos um metro e meio pra baixo
essa tronqueira baguala foi mal falquejada
pra escorá guascaço
cortado na lua minguante, pau-ferro em pé
ou quem sabe lapacho.

Cresci terciando solito levando comigo
a terra na garupa
Rio Grande te quero tanto pateia em meu peito
mais forte que nunca
se a morte vier me levar
que este mundo mau vai me tirar de cima
diga amigo que este taura que morreu cantando
foi o Mano Lima.

Tronqueira

Vengo llegando de lejos
de la tierra criolla, Madre de Sepé
por ella yo Mato y Morro
y estoy siempre listo para lo que venga
vengo de la cuna de bento
soy Riograndense, soy farroupilha
soy treo barba de chivo
soy hierba limón y pasto de horqueta.

El mundo no me lleva aunque haga fuerza
y me arranque los pedazos
estoy clavado en esta tierra
más o menos un metro y medio hacia abajo
esta tronqueira baguala fue mal ensillada
para sostener guascaço
cortado en la luna menguante, palo fierro en pie
o tal vez lapacho.

Crecí terciando solito llevando conmigo
la tierra en la grupa
Río Grande te quiero tanto patea en mi pecho
más fuerte que nunca
si la muerte viene a llevarme
que este mundo malo me va a quitar de encima
diga amigo que este taura que murió cantando
fue el Mano Lima.

Escrita por: Mano LIma