Não Vale A Pena

Ficou difícil
Tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício
Ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível
E depois enxergar

Que é uma pena
Mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema
De tão pequeno
Mas vai e vem e envenena
E me condena ao rancor
De repente, cai o nível
E eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo
Como num disco riscado
O velho texto batido
Dos amantes mal-amados
Dos amores mal-vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo
A mesma velha ferida
E é pra não ter recaída
Que não me deixo esquecer

Que é uma pena
Mas você não vale a pena

[Pega de I]

En el Patrimonio

Era difícil
Lo que sea, nada de esto
Dejé mi viejo hábito de soñar
Saltando de risco a risco
De riesgos laborales
Pagar para ver lo invisible
Y después de ver

Que es una vergüenza
Pero no vale la pena
No vale la pena una punzada de dolor
No es como una rima poema
Tan pequeño
Pero va y viene y venenos
Y condeno el odio
De repente, el nivel baja
Y me siento un tonto
Repitiendo, repitiendo, repitiendo
Como un disco rayado
El texto escrito de edad
Los amantes sin amor
Le encanta la mala vida
Y el terror de quedarse
Codazos, recordar, volver a abrir
La herida de siempre
Y no es una recaída
No me deja olvidar

Que es una vergüenza
Pero no vale la pena

[Tome I]

Composição: Jean Garfunkel / Paulo Garfunkel