Ai que vontade de ouvir de novo moda sertaneja
Que hoje não se faz
Parece até que a sensibilidade
Ficou na saudade não existe mais

Me dói saber que alguns artistas
Que alcançaram sucesso na vida
Usaram tanto o sertão como história
E hoje da memória ficou esquecida

Ai que vontade de ouvir agora
O som da viola num pagode bom
Lindas guarânias que a gente arrepia
No som na magia do acordeon

Cadê o tal cantador de verdade
Com simplicidade, alma e coração
Apaixonado pela natureza
Cantava as belezas deste meu sertão

Quanta saudade da terra tombada
Do fogão de lenha e o cafezal em flor
E o cantar triste da Siriema
Que já foi o tema de canções de amor

Até a linda colcha de retalhos
Serviu de agasalho já não se lembram mais
A mãe de leite divino presente
Hoje ninguém sente a falta que ela faz

Ai que vontade de ouvir agora
O som da viola num pagode bom
Lindas guarânias que a gente arrepia
No som na magia do acordeon

Já não se lembra o velho candeeiro
Que foi o primeiro rei do estradão
Eu agradeço o progresso que vejo
Mas o sertanejo ainda é sertão
Eu agradeço o progresso que vejo
Mas o sertanejo ainda é sertão

Composição: Campanário / José Rico