Novas terras, novos ares,
novidade nova era.
Era tudo, era nada,
era a voz da velha esfera.
Ame a bela dome a fera,
conte a Vera sobre a vida,
e diga a ela que as crianças,
já estão tão decididas.
E que o futuro não tem preço,
e que a bagagem destes dias,
contradiz o que eu conheço,
pois estamos de partida.
Parte a obra, obra prima,
de bonitas primaveras,
parte a voz fica a poesia,
fica a arte dos poetas.
De que me adianta ser normal,
se o anormal que esbarra em mim,
a quase todo dia da semana,
tornou-se uma coisa tão normal.
Do que me adianta dizer
o que já foi dito,
se eu sempre leio e repito que há mais
de quinhentas frases no jornal.
Lembro-me daquelas tardes,
que passávamos a espera,
de uma noite sem platéia,
em que ficávamos a sós.
Sobre o leito dos terraços,
observando as estrelas,
e cantando a noite inteira,
coisas que ninguém cantou.
Ninguém cantou,
Ninguém sonhou,
Quem desistiu,
E quem decidiu.
Viver, cantar,
Colher, partir.
Viver, cantar,
Colher, partir.

Composição: Marcelo Sorge / Marcio Sorge