Dois irmão era conhecido
Morava num povoado
Pedro que era o mais velho
Andava sempre cismado
Tava com ódio do irmão
Por ter ele conquistado
A morena mais formosa
Da fazenda do Espraiado
Joãozinho era o irmão mais moço
Nunca soube que era odiado

Um dia Pedro falou
Pro Joãozinho seu irmão
Abandonar aquela moça
Que vai ser sua perdição
Você viaja de noite
No seu cavalo alazão
E passa muito perigo
Andando no escuridão
Na estrada que você passa
Já foi visto assombração

Joãozinho não obedeceu
Por andar apaixonado
Toda a noite ia vê
A mulher do seu agrado
Numa noite de luar
Se deu um fato esperado
Joãozinho vinha a cavalo
Ouviu um grito abafado
E viu debaixo de uma árvore
Um vulto dependurado

Joãozinho pediu quem era
O vulto não deu atenção
Ele deu só cinco tiro
Que abalou o grotão
O vulto nem disse ai
Embrulhou num poeirão
O cavalo refugou
Tropeçou, rolou no chão
Joãozinho perdeu a vida
Com a queda do alazão

No outro dia os boiadeiro
Que passava no estradão
Avistou os dois cadáver
Ensanguentado no chão
Um era o pobre Joãozinho
O outro era seu irmão
Que também teve seu fim
Por fingir de assombração
Ainda naquela estrada
Tem a cruz dos dois irmão

Composição: Ado Benatti / Iracema Padilha