Camará só morre quando morre a terra.
A terra morre quando morre o camará.
Eu, nos teus braços, sou promessa, uma quimera!
Sou chuva e seca, sou a flor, sou camará

Abacaxi plantado no pé da serra,
coroa doce, sabugo de "ananá",
eu te espero no trevo da primavera,
sou água mansa, boiando no gravatá.
O boa-noite tem cara que o dia chega.
A água quente borbulha no caldeirão.
Teu olhar me nega, mas não me desespera!
Ladrão, reluto na hora da redenção!

Porque camará....

Tua moeda compra toda liberdade,
mas não garante a ti as chaves da prisão
Aqui, de longe, eu me farto da saudade.
Queria, mesmo, sustentar minha paixão.
Eta, paixão que é do tamanho da verdade!
Minha verdade, eu sei, é tua perdição.
Filosofia à parte, quero a eternidade.
Ela me cabe no bater do coração.

Composição: Flávio Vezzoni