Antes Que Sumam As Estâncias

Velhas estâncias crioulas
Palácios enjanelados
Primeiro marco plantado
Na partilha sesmeira

Foram quarteis e mirantes
Quando o tempo encrespou
E o gaúcho se escrivou
Pra alargar as fronteiras

Ao vê-la vigiando a ermo
Com a aparência entristecida
Mirando os campos sem vida
Como a pedir-me clemencia
Minha visão é notória
Que tão mexendo na história
E no perfil da minha querência

Só enxergo fragmento
Das partilhas aramados
Vejo proles deserdadas
Pela ganância funesta
Sesmarias dessecadas
E a pecuária abandonada
Pela sombra das florestas

Olhando minha fronteira
E pros campos sem campeiros
Meus velhos olhos posteiros
Vertem lágrimas de ferro
É triste olhar as coxilhas
E ver a grama forquilha
Se transformando em papel

Antes que sumam as estâncias
Vou retornar ao rincão
Soltar a alma pro campo
E dar pasto para ao coração
Do verso que é meu cavalo
Só pra deixar de regalo
Aos campeiros que virão

Atrás do horizonte verde
Vejo meus filhos brincando
Faz de contar estar repontando
Um gadinho de papel
Quem dera que essa visão
Fosse só uma inspiração
Pra os meus versos de cordel
Não permita Deus que eu veja
Cavaletes despeonados
Com os lombos empoeirados
Com saudades dos arreios
Deixe eu morrer galponeando
Em meio a xergões olhando
E ganchos remoendo freios

Lhe peço senhor dos campos
Que alumbre os versos que eu canto
Com o brilho das primaveras
E pra o sonho ficar completo
Não deixe eu ver meus netos
Dando ô de casa, em taperas

Antes de que los centros turísticos estén hechos

Antiguos centros criollos
Palacios buscados
Primer hito plantado
En el compartir de la seesmeira

Eran barracones y vigilantes
Cuando el tiempo ha antojado
Y el gaucho fue escrito
Ampliar las fronteras

Mirándola ver el desierto
Con la apariencia triste
Dirigirse a los campos sin vida
Cómo pedir clemencia
Mi visión es notoria
Que estás jugando con la historia
Y en el perfil de mi deseo

Sólo veo fragmento
De las acciones de aramados
Veo descendencia desheredada
Por la codicia
Sesmaries secos
Y la ganadería abandonada
A través de la sombra de los bosques

Mirando mi frontera
Y a los campamentos sin campeones
Mis viejos postes de ojo
Derramaron lágrimas de hierro
Es triste mirar los cojines
Y ver la hierba de la horquilla
Convertir en papel

Antes de que desaparezcan los centros turísticos
Voy a volver a la esquina
Libera el alma en el campo
Y dar pasto al corazón
Del verso que es mi caballo
Sólo para detener el trato
A los campeones que vendrán

Detrás del horizonte verde
Veo a mis hijos jugando
Te hace contar para ser reponente
Una tachuela de papel
Deseo que esta visión
Era sólo una inspiración
Para mis líneas de cuerda
¿No me permites que Dios vea
Caballetes de vertederos
Con lomos polvorientos
Falta el arnés
Déjame morir galponeando
En medio de xergons mirando
Y ganchos rebobinando frenos

Te lo ruego señor de los campos
Déjame iluminar los versos que canto
Con el resplandor de la primavera
Y para que el sueño sea completo
No me dejes ver a mis nietos
Dando la casa, en taperas

Composição: Francisco Luzardo / Paulo Ricardo Saavedra Pinto