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Ganado sin precio

Os Dois Mineiros

Boiada Sem Preço

Soltei meus bois lá no pasto para esperar a morte
Meus bois trabalharam muito pra morrer assim no corte
Não vendo quem me ajudou no trabalho a vida inteira
Não tem dinheiro que pague minha boiada carreira

Eu tirei toras do mato, puxei café e algodão
Mas hoje puxo a saudade dentro do meu coração
Esta boiada me deu o meu pão de cada dia
Não pode morrer assim pelas mãos da covardia.

Traquejado pela luta não aguento mais carrear
Se durmo ouço em sonho meu carro de boi cantar
Quando chego na porteira e chamo o nome dois bois
Vejo lá no arrastão vem descendo dois em dois

Marchante bateu na porta pra comprar meus bois carreiros
Esses bois são minha vida eu não troco por dinheiro
São doze bois traquejados de muitos anos de estrada
Prefiro morrer primeiro que vender minha boiada.

Ganado sin precio

Solteé mis toros en el pasto para esperar la muerte
Mis toros trabajaron mucho para morir así en el corte
No vendo a quienes me ayudaron en el trabajo toda la vida
No hay dinero que pague mi ganado de carrera

Saqué troncos del monte, junté café y algodón
Pero hoy jalo la nostalgia dentro de mi corazón
Este ganado me dio mi pan de cada día
No puede morir así por manos de la cobardía

Forjado por la lucha, ya no aguanto más cargar
Si duermo, en sueños escucho mi carro de bueyes cantar
Cuando llego al portón y llamo a los dos toros por su nombre
Veo allí en el corral bajando de dos en dos

El marchante golpeó la puerta para comprar mis toros de carga
Estos toros son mi vida, no los cambio por dinero
Son doce toros forjados de muchos años de camino
Prefiero morir antes que vender mi ganado

Escrita por: Almezino / J. Wilson