Cheiro de Galpão

(Com este tranco dos Monarcas,
vamos levando esse cheiro de galpão
por este Brasil afora)

Esta vaneira tem um cheiro de galpão
Que reacende o meu olfato de guri
É pau-de-fogo da memória dos fogões
Essência bugra que me trouxe até aqui

Essa vaneira tem um cheiro chimarrão
De seiva xucra derramada no braseiro
Quando a fumaça do angico se mistura
Com um odor de figueirilha no palheiro

Esta vaneira tem um quê de quero mais
Que reativa um paladar que já foi meu
Relembra a rapa da panela que furou
E no cantinho da memória se perdeu

Esta vaneira tem sabor de araçá
Jabuticaba, guabiroba, ariticum
Por isso lembro o tempo bueno de piá
Enlambuzado de pitanga e guabiju

Esta vaneira tem um dom de reviver
Fazer as cores que o tempo desbotou
Sentir as formas que o tato esqueceu
E ser de novo o que eu fui e já não sou

Esta vaneira tem um quê de nostalgia
Que traz de volta o romantismo do cantor
Revigorando um coração que endureceu
E não queria mais ouvir falar de amor

Olor de cobertizo

(Con esta zancada de las Monarcas
tomemos ese olor a cobertizo
en todo Brasil)

Esta furgoneta huele a cobertizo
Eso reaviva el sentido del olfato de mi hijo
Es leña de la memoria de los fogones
Esencia de bugra que me trajo aquí

Esta vaneira huele a chimarrão
De savia jucra vertida en el brasero
Cuando el humo angico se mezcla
Con olor a higuera en un pajar

Esta vaneira tiene algo que quiero mas
Que reactiva un paladar que alguna vez fue mio
Recuerda el trozo de la sartén que perforó
Y en el rincón de la memoria se perdió

Esta vaneira sabe a araçá
Jabuticaba, guabiroba, ariticum
Por eso recuerdo la hora del bueno de piá
Untado con pitanga y guabiju

Esta vaneira tiene un don para revivir
Haz los colores que el tiempo ha desvanecido
Siente las formas que el tacto olvidó
y volver a ser lo que fui y ya no soy

Esta vaneira tiene un toque de nostalgia
Que trae de vuelta el romanticismo de la cantante
Revitalizar un corazón endurecido
Y no quise volver a oír hablar de amor

Composição: Nilo Barros De Brum / Sérgio Rosa