Os botões da velha gaita vão semeando melodias
Que dos dedos do gaiteiro rebrotam em harmonia
Pedem vaza ao universo essas notas araganas
Campeando amores perdidos nos braços das Querumanas

Se o tranco do fole lembra de mágoas e desencantos
Como chinas desprezadas choramingam pelos cantos

(E quando o dia pede cancha num vaneirão derradeiro
Tramela a porta do rancho e cala a gaita e o gaiteiro
Tramela aporta do rancho e cala a gaita e o gaiteiro)

Os botões da velha gaita vão semeando melodias
Que dos dedos do gaiteiro rebrotam em harmonia
O braço rude do taita num vai e vem quase em coro
Nesta prosa de mão dupla ajeita mais um namoro

Essa é a sina do gaiteiro que ao se abraçar a parceira
Dá de graça essas venturas que campeou a vida inteira

Composição: Percival Pedroso / Wilson Paim