395px

Viejo Caserón (ft. Teixeirinha)

Os Monarcas

Velho Casarão (part. Teixeirinha)

Velho casarão já quase tapera da grande figueira sombreando o telhado
Se ela falasse contava a história de quem te plantou há um século passado
Mas como eu sou neto de quem lhe plantou eu conto a história casarão amado
Nas suas paredes tem furo de bala das revoluções que a história fala
Serviu de trincheira a varanda e a sala pra seu construtor meu avô afamado

Ali meu avô os onze filhos criou sou filho que um empunhou a bandeira
Meu avô morreu e ficou o meu pai mandando na estância pela vida inteira
Meus tios foram embora pra outra querência ficou o casarão que foi sempre trincheira
Na frente o meu pai seu chimarrão tomava, comigo no colo ele me embalava
Com a minha mãe os dois cantarolavam para mim dormir na sombra da figueira

Lá por trinta e dois houve outra revolta as forças chegaram e foram invadindo
Meu pai minha mãe abraçados aos fuzis velho casarão outra vez resistindo
Lá do meu berço eu sai engatinhando pra ver e ouvir a bala zunindo
As forças recuaram acabou a desgraça a figueira grande abafou a fumaça
Meu pai demonstrou ter ficado com a raça do meu velho avô que brigava sorrindo

Casarão querido da grande figueira ali fiquei moço faceiro e pachola
Meu pai me ensinou a ser bom cantador e o primeiro acorde de uma viola
Depois veio a morte e levou os meus pais sai pelo mundo minha fama rola
Quando eu ficar velho velho casarão volto pra contigo tombar no chão
Da grande figueira quero o meu caixão e pra minha alma o céu por esmola

Viejo Caserón (ft. Teixeirinha)

Viejo caserón, ya casi en ruinas, de la gran higuera que sombra el tejado
Si hablara, contaría la historia de quien te plantó hace un siglo pasado
Pero como soy nieto de quien te plantó, cuento la historia de este caserón amado
En tus paredes hay marcas de balas, de las revoluciones que la historia narra
Sirvió de trinchera la terraza y la sala para su constructor, mi abuelo afamado

Ahí mi abuelo crió a sus once hijos, soy el hijo que empuñó la bandera
Mi abuelo murió y quedó mi padre mandando en la estancia toda su vida entera
Mis tíos se fueron a otra tierra, quedó el caserón que siempre fue trinchera
Frente a él, mi padre tomaba su mate, conmigo en brazos me mecía
Con mi madre, los dos canturreaban para que yo durmiera a la sombra de la higuera

Por el treinta y dos hubo otra revuelta, las fuerzas llegaron y fueron invadiendo
Mi padre y mi madre abrazados a los fusiles, viejo caserón, otra vez resistiendo
Desde mi cuna salí gateando para ver y escuchar las balas zumbando
Las fuerzas retrocedieron, se acabó la desgracia, la gran higuera ahogó el humo
Mi padre demostró haber heredado la valentía de mi viejo abuelo que luchaba sonriendo

Caserón querido de la gran higuera, ahí quedé joven, alegre y despreocupado
Mi padre me enseñó a ser buen cantor y el primer acorde de una guitarra
Luego vino la muerte y se llevó a mis padres, salí por el mundo, mi fama rodando
Cuando yo esté viejo, viejo caserón, volveré a caer contigo en el suelo
De la gran higuera quiero mi ataúd y para mi alma, el cielo como limosna

Escrita por: Teixeirinha