395px

Inválida

Pirigulino Babilake

Inválida

Te vi ali, cega
Sangrando os meus olhos
Salgando a minha carne
Ardendo em minha alma

Tomando-me aos goles
Como se cada gemido
Brotasse embebido
Em uma saliva morna

Mordendo minhas dobras
Dobrando meus urros
Nadando em sussuros
Me deixando inválida

Pálida e descompassada
Pulsando em soluços
Agarrando-me os pulsos
Invadindo-me em chamas

Inundando minha cama
Meu cabelo, minhas costas
E afogando quase louca
Minha boca sem respostas

Inválida

Te vi allí, ciega
Sangrando mis ojos
Salando mi carne
Ardiendo en mi alma

Tomándome a sorbos
Como si cada gemido
Brotara empapado
En una saliva tibia

Mordiendo mis pliegues
Doblando mis gritos
Nadando en susurros
Dejándome inválida

Pálida y descompasada
Pulsando en sollozos
Agarrándome las muñecas
Invadiéndome en llamas

Inundando mi cama
Mi cabello, mis espaldas
Y ahogando casi loca
Mi boca sin respuestas

Escrita por: Pietro Leal