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Don Quixote

R.A.I.V.A. (Chuberries)

Vejo sombras se erguendo ao longe
Colossos de dor, mente vacilante
O medo distorce o que posso enxergar
Gigantes armados, prontos pra me matar

A espada tremendo nas mãos do temor
Avanço com medo contra muralhas de dor
Confuso, cansado, fecho os meus olhos
E mesmo tão perto, não vejo o óbvio

O coração dispara, a mente é que cria
Ventos e tormentas, em vez de calmaria
Mas no calor da batalha, tão distante
Percebo, afinal, não havia gigante (não havia gigante)

Depois de viver no medo constante
Tanto sofri nas mãos do gigante
Mas ao chegar no final do caminho
Vi que o gigante era só um moinho (era só um moinho)

Don quixote, sofreu tanto sozinho
E no fim das contas era só um moinho (só um moinho)

Não sou mais prisioneiro da ilusão
O medo é mais forte na antecipação
Agora percebo tantos gigantes criei sozinho
E, na verdade, eram só moinhos

Quantas chances eu desperdicei?
Quantas noites sem sono? Já nem sei
Hoje descanso em campos de paz
Sereno, ciente de que sou capaz

Depois de viver no medo constante
Tanto sofri nas mãos do gigante
Mas ao chegar no final do caminho
Vi que o gigante era só um moinho (era só um moinho)

Don quixote, sofreu tanto sozinho
E no fim das contas era só um moinho (só um moinho)

Seja gigante pra enfrentar
Ou moinho pra me alimentar
O que vier, o que chegar
Eu serei capaz de lidar

E se um dia eu me perder em miragens de dor
Que o vento me lembre do meu real valor

Do meu real valor

Escrita por: Jair da Costa Braga Junior