395px

Alpercata de Rabicho

Rai Di Serra

Alpercata de Rabicho

Virgulino era menino
E conhecia o meu avô
E meu avô era menino
E conhecia Virgulino

E haja guerra pela terra
E haja intriga e haja dor
E só por causa de um chocalho
Desgraça se o menino

E de alpercata de rabicho
Vira bicho Lampião
Brigando com a volante
Nas caatingas do sertão

E tem Corisco, Cravo Rôxo
Sabonete e Azulão
Atirando, baleando
Pegando macaco-prego ar mão

Lampião se apêiou
Lá no pé da serra
E disse, eu não me entrego não

Tá declarada a guerra
Zabelê vá em vila bela
Buscar munição

Traz batom e água de cheiro
Pra Maria Bonita
Rapadura e pão

Acorda Maria Bonita
Levanta vem fazer o café
Lampião já acordou
Lampião já tá de pé

Alpercata de Rabicho

Virgulino era un niño
Y conocía a mi abuelo
Y mi abuelo era un niño
Y conocía a Virgulino

Y que haya guerra por la tierra
Y que haya intriga y que haya dolor
Y solo por causa de un sonajero
Desgracia para el niño

Y con alpargatas de rabicho
Se convierte en bicho Lampião
Peleando con la policía
En los matorrales del sertón

Y está Corisco, Cravo Rôxo
Sabonete y Azulão
Disparando, balaceando
Agarrando monos con las manos

Lampião se escondió
Allá al pie de la sierra
Y dijo, yo no me entrego
Está declarada la guerra

Zabelê ve a vila bela
A buscar munición
Trae lápiz labial y agua de colonia
Para Maria Bonita
Panela de rapadura y pan

Despierta Maria Bonita
Levántate y ven a hacer el café
Lampião ya se despertó
Lampião ya está de pie

Escrita por: Leo Godoy / Rai / Tico De Som