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Doce de Coco

Raphael Rabello

Doce de Coco

Venho implorar pra você repensar em nós dois
Não demolir o que ainda restou pra depois
Sabes que a língua do povo é costumaz traiçoeira
Quer incendiar, desordeira atear fogo ao fogo
Tu sabes bem quantas portas tem meu coração
E os punhais cravados pela ingratidão

Sabes também quanto é passageira nossa desavença
Não destrates o amor
Se o problema é pedir, implorar, vem aqui, fica aqui
Pisa aqui neste meu coração que é só teu, todinho teu
Escorraça e faz dele gato e sapato
E o inferniza, e o ameaça
Pisando, ofendendo, desconsiderando

E o descomposturando com todo rigor
Mas se tal não bastar, o remédio é tocar
Esse barco do jeito que está sem duas vezes se cogitar
Doce de coco, meu bombocado
Meu bom pedaço de fato és o esparadrapo
Que não desgrudou de mim

Doce de Coco

Vengo a implorarte que reconsideres en nosotros dos
No demoler lo que aún queda para después
Sabes que la lengua del pueblo es traicionera por costumbre
Quiere incendiar, desordenada, avivar el fuego con fuego
Sabes bien cuántas puertas tiene mi corazón
Y los puñales clavados por la ingratitud

Sabes también lo pasajera que es nuestra discordia
No menosprecies el amor
Si el problema es pedir, implorar, ven aquí, quédate aquí
Pisa en este corazón mío que es solo tuyo, completamente tuyo
Recházalo y hazlo a tu antojo
Y atormentalo, y amenázalo
Pisoteándolo, ofendiéndolo, despreciándolo

Y descomponiéndolo con todo rigor
Pero si eso no es suficiente, la solución es zarpar
Este barco tal como está sin pensarlo dos veces
Doce de coco, mi delicia
Mi buen pedazo de hecho eres el esparadrapo
Que no se ha despegado de mí

Escrita por: Hermínio Bello de Carvalho / Jacob Do Bandolim