395px

Me Casé con la Granjera

Raul Torres e Florencio

Casei Com a Fazendeira

Eu arrecebi uma carta de uma grande fazendeira
Vinha de Belo Horizonte lá da capitar mineira
Me chamando prum negócio com uma forte mulateira
Cheque de quinhentos conto eu levava na gibeira

Quando eu cheguei na fazenda conheci a fazendeira
Mandô logo a peaozada trazê a tropa na mangueira
Tinha novecentas mula e artigo só de primeira
Eu apartei quatrocentas, só comprei as cabeceira

No lote tinha uma mula que era a flor da tropa inteira
Do pelo fino e macio que nem a seda estrangeira
Meu capataz deu um repasso viu que dava marchadeira
Ela fez um zigue zague, saiu pisando faceira

Na hora da despedida apertei a mão da mineira
Ela me falou baixinho eu ainda só sorteira
Eu quero ir junto contigo seja de quarqué maneira
Quero ser por toda vida, a vossa fiel companheira

Ela viajou numa besta por nome de ribanceira
Nós vinha às vezes na culatra e outras vezes na ponteira
Veja só a minha sorte que negócio de primeira
Ganhei quatrocentas mulas e casei com a fazendeira

Me Casé con la Granjera

Recibí una carta de una granjera
Venía de Belo Horizonte, de la capital minera
Me llamaba para un negocio con una fuerte mulata
Llevaba un cheque de quinientos mil en la cartera

Cuando llegué a la granja conocí a la granjera
Mandó a los peones a traer la tropa al corral
Había novecientas mulas y todas de primera
Aparté cuatrocientas, solo compré las cabeceras

En el lote había una mula que era la flor de la tropa
De pelo fino y suave como la seda extranjera
Mi capataz la probó y vio que marchaba bien
Hizo zigzag, salió pisando con alegría

Al despedirme, estreché la mano de la minera
Me dijo en voz baja que aún era soltera
Quiero ir contigo de cualquier manera
Quiero ser tu fiel compañera de por vida

Viajaba en una bestia llamada ribanceira
A veces íbamos por el camino fácil, otras por el difícil
Mira mi suerte, un negocio de primera
Gané cuatrocientas mulas y me casé con la granjera

Escrita por: Raul Torres / Sebastião Teixeira