395px

Minas Gerais

Raul Torres e Florencio

Minas Gerais

Tenho uma história pra contá procêis
Que são mineiro e mineiro bão
Não faz um dia nem tampouco um mês
Faz muitos anos, não me esqueço não

Eu era moço, era um mineiro forte
Trabalhador, eu posso inté jurá
Corri o Brasil e foi de sul ao norte
Quando deixei meu estado natá

Minas Gerais, deixei lá meu sertão
Truxe sôdade, de lá vim simbora
Mas truxe ela no meu coração
Quando me alembro inté meus óio chora

Eu vou contá porque razão saí
Porque deixei o meu torrão natá
Deixei o rancho lá donde nasci
Que foi meu berço, isso é naturá

Foi num ranchinho bem lá na picada
Pois inté hoje vancês pode vê
Lá eu nasci e na mesma morada
Veio também um outro amor nascê

Aquela santa, minha companheira
Que Deus me deu pra nóis vivê feliz
Inté que um dia a sorte traiçoeira
Levou aquela a quem tanto eu quis

Um dia então foi de tanta tristeza
Meu coração a saluçar de dor
Eu me arribei por outras natureza
Minas Gerais tão grande lá ficou

Mas qual o quê eu não me esqueço não
Pro meu estado eu quero vortá
Quero morrer naquele meu sertão
Quero morrer lá em Minas Gerais

Minas Gerais

Tengo una historia para contarles
Para ustedes que son de Minas y buenos
No hace un día ni siquiera un mes
Hace muchos años, no lo olvido

Yo era joven, era un minero fuerte
Trabajador, lo puedo jurar
Recorrí Brasil de sur a norte
Cuando dejé mi estado natal

Minas Gerais, dejé allí mi tierra
Traje nostalgia, de allí me fui
Pero la traje en mi corazón
Cuando recuerdo, hasta mis ojos lloran

Voy a contar por qué razón me fui
Por qué dejé mi terruño natal
Dejé el rancho donde nací
Que fue mi cuna, eso es natural

Fue en un ranchito allá en el camino
Hasta hoy ustedes pueden ver
Allí nací y en el mismo lugar
Vino también otro amor a nacer

Esa santa, mi compañera
Que Dios me dio para vivir feliz
Hasta que un día la suerte traicionera
Se llevó a aquella a quien tanto quise

Un día entonces fue de tanta tristeza
Mi corazón a sollozar de dolor
Me fui por otras tierras
Minas Gerais tan grande quedó allá

Pero qué va, no lo olvido
Quiero volver a mi estado
Quiero morir en mi tierra
Quiero morir en Minas Gerais

Escrita por: João Pacífico / Raul Torres