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Ternura

Ricardo Ribeiro

Ternura

Desvio dos teus ombros o lençol
Que é feito de ternura amarrotada
Da frescura que vem depois do Sol
Quando depois do Sol não vem mais nada

Olho a roupa no chão – que tempestade
Há restos de ternura pelo meio
Como vultos perdidos na cidade
Onde uma tempestade sobreveio

Começas a vestir-te, lentamente
E é ternura também que vou vestindo
Para enfrentar lá fora aquela gente
Que da nossa ternura anda sorrindo

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
A despimos assim que estamos sós

Ternura

Desvío tus hombros de la sábana
Hecha de ternura arrugada
De la frescura que viene después del Sol
Cuando después del Sol no viene nada más

Miro la ropa en el suelo - qué tormenta
Hay restos de ternura por en medio
Como sombras perdidas en la ciudad
Donde una tormenta sobrevino

Comienzas a vestirte, lentamente
Y es ternura también lo que voy vistiendo
Para enfrentar afuera a esa gente
Que de nuestra ternura anda sonriendo

Pero nadie sueña la prisa con la que nosotros
La desvestimos apenas estamos solos

Escrita por: David Mour