395px

Cuna de Espinas

Rodrigo Mattos e Praiano

Berço de Espinhos

As lindas flores que eu plantei no seu caminho
Você arrancou e jogou pedras no lugar
Eu que mandei a luz da aurora de presente
Ganhei de volta noite escura sem luar

Joguei sorrisos para ver o seu jeitinho
Me deu desprezo e nem sequer quis me olhar
Eu te mandei uma luz tão clara e calma
Me deste em troca um canto escuro pra chorar

Eu pus as rosas mais bonitas em seu caminho
Você me pôs brasas vivas pra pisar
Te dei os sonhos mais bonitos desta vida
Você tirou o meu direito de sonhar

Eu pus a pluma de veludo em seu leito
Você me deu colchão de espinhos pra deitar
Eu fiz castelos de granitos coloridos
Fiquei no mundo sem um teto pra morar

Te dei as asas tão branquinhas e bonitas
Virou rapina querendo me atacar
Eu que pensava em te dar meu coração
Te dei as costas pra você me apunhalar

Eu pus as rosas mais bonitas em seu caminho
Você me pôs brasas vivas pra pisar
Te dei os sonhos mais bonitos desta vida
Você tirou o meu direito de sonhar

Cuna de Espinas

Las hermosas flores que planté en tu camino
Tú arrancaste y arrojaste piedras en su lugar
Yo envié la luz del amanecer como regalo
Recibí a cambio una noche oscura sin luna

Lancé sonrisas para ver tu reacción
Me diste desprecio y ni siquiera quisiste mirarme
Te envié una luz tan clara y tranquila
Y tú me diste a cambio un rincón oscuro para llorar

Puse las rosas más hermosas en tu camino
Tú pusiste brasas ardientes para que pisara
Te di los sueños más bonitos de esta vida
Tú me quitaste el derecho de soñar

Puse un plumón de terciopelo en tu lecho
Tú me diste un colchón de espinas para acostarme
Construí castillos de granito colorido
Y me quedé en el mundo sin un techo donde vivir

Te di alas tan blancas y bonitas
Te convertiste en rapaz queriendo atacarme
Yo que pensaba en darte mi corazón
Te di la espalda para que me apuñalaras

Puse las rosas más hermosas en tu camino
Tú pusiste brasas ardientes para que pisara
Te di los sueños más bonitos de esta vida
Tú me quitaste el derecho de soñar

Escrita por: José Caetano Erba / Tião Do Carro