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Morimos de risa

Rui Reininho

Morremos a rir

À partida
Num quarto escuro sem roupa dorme a miss Velha Europa
Acorda na Grande Migalha da China
Sonhava ter descoberto a América ao sair da tropa
A escrava africana soprava as velas à pequenina

Venham mais mouras e celtas vândalos poetas
Marquises de alumínio romenas, ciganas, mas mais indianas
Florbelas, cancelas abertas sem condomínio

Fomos viajar sem sair do lugar
Vamos encalhar se o motor não pegar
Vamos lá subir sem tentar decair
Fomos naufragar e morremos a rir
Morremos a rir

Alguém sabe onde é o Quinto Império
Alguém sabe onde mora o terceiro mundo
Venham mais mouras e celtas vândalos poetas
Marquises de alumínio romenas, ciganas, mas mais indianas
Florbelas, cancelas abertas sem condomínio

Fomos viajar sem sair do lugar
Vamos encalhar se o motor não pegar
Vamos lá subir sem tentar decair
Fomos naufragar e morremos a rir
Vamos adorar o TGV chegar
Vamos aterrar sem sair do hangar

Fomos todos parir se o esperma permitir
Morremos a rir

Fomos viajar sem sair do lugar
Vamos encalhar se o motor não pegar
Vamos lá voar sem tentar decair
Fomos naufragar e morremos a rir
Morremos a rir
Morremos a rir

Morimos de risa

A la partida
En una habitación oscura sin ropa duerme la señora Vieja Europa
Despierta en la Gran Migaja de China
Soñaba con haber descubierto América al salir del ejército
La esclava africana soplaba las velas delicadamente

Que vengan más moras y celtas, poetas vándalos
Marqueses de aluminio, rumanas, gitanas, pero más indias
Florbelas, cancelas abiertas sin condominio

Fuimos a viajar sin movernos del lugar
Vamos a encallar si el motor no arranca
Vamos a subir sin intentar caer
Fuimos a naufragar y morimos de risa
Morimos de risa

¿Alguien sabe dónde está el Quinto Imperio?
¿Alguien sabe dónde vive el tercer mundo?
Que vengan más moras y celtas, poetas vándalos
Marqueses de aluminio, rumanas, gitanas, pero más indias
Florbelas, cancelas abiertas sin condominio

Fuimos a viajar sin movernos del lugar
Vamos a encallar si el motor no arranca
Vamos a subir sin intentar caer
Fuimos a naufragar y morimos de risa
Vamos a adorar que llegue el TGV
Vamos a aterrizar sin salir del hangar

Fuimos todos a parir si el esperma lo permite
Morimos de risa

Fuimos a viajar sin movernos del lugar
Vamos a encallar si el motor no arranca
Vamos a volar sin intentar caer
Fuimos a naufragar y morimos de risa
Morimos de risa
Morimos de risa

Escrita por: Rui Reininho